Estava compenetrada com seus pensamentos muito negativos, quando ouviu um homem gritando no portão, como ela não o conhecia, não atendeu. Então veio o padrasto irritado com os gritos e jogou a chave do carro ao homem, veio buscar o carro que tinha emprestado ao irmão para ir lhe buscar, mas parece que estava bravos um com o outro, pois se trataram com palavrões e agressividades. Aquilo tudo era muito complicado prá menina, estava acostumada com outro nível de ambiente, a única vez que ouvira vó Ana gritar foi quando mexeu no ovo de Páscoa de José. Ainda bem que logo poderia visitar a senhora e talvez até pedir para ficar lá novamente, não tinha gostado daquele ambiente feio, sujo, hostil.
Os dias foram passando e Genevieve foi assumindo mais e mais responsabilidades, cuidava da casa, da comida, dos meninos, lavava as roupas de todos nas mãos, já que não tinha máquina. Enfim, era a empregada não remunerada de sua própria mãe que a travava muito mal, sempre reclamando e achando defeitos no que a menina fazia, chamava-a de burra, relaxada, idiota, entre outros “elogios” carinhosos. Um dia, depois de estar exausta de tanto trabalhar, a criança pediu a mãe, quando poderiam ir visitar vó Ana e a mulher deu uma gargalhada como se fosse uma bruxa má, disse que podia esquecer aquela velha intrometida, pois nunca mais a veria. A menina levou um choque, como assim? Tentou argumentar e levou uma bofetada no rosto, naquele momento percebeu que sua mãe era tudo o que falavam e muito mais, era mesmo uma pessoa má. Genevieve lamentou por durante tantos anos, tê-la idolatrada e a defendido, não merecia seu amor, seu respeito, seu carinho, sua obediência. Nesse momento entendeu o significado de decepção.
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