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quarta-feira, 7 de julho de 2021

Genevieve 76

QUERIDOS AMIGOS E LEITORES, 

AQUI ENCERRO AS POSTAGENS DIÁRIAS DO LIVRO GENEVIEVE.

EM BREVE DISPONÍVEL EM LIVRARIAS E E-BOOK. 

GRATIDÃO PELO APOIO E POR ACOMPANHAR ESSA HISTÓRIA TÃO ESPECIAL. 

🙏🌹

Genevieve 75

A mãe de Genevieve simplesmente entregou a guarda da filha ao suposto pai, sem questionar, sem brigar, nem reclamar. Assinaram um termo de responsabilidade e não a reconheceram como filha de imediato, alegando que precisaria um prazo de cinco anos para adaptação, depois desse período, transcorrendo tudo bem, ela seria registrada como filha legítima do homem, recebendo assim seu sobrenome. Eram trâmites judiciais e à menina, importava ser amada, bem vinda, ir à escola, porque até ali já tinha sido interrompida três vezes, além de começar já atrasada. Tinha doze anos e ainda estava na terceira série do primário, tinha até vergonha de falar a idade aos colegas e professores. Tinha fé e esperança que não aconteceriam mais essas interrupções, estudaria até ser adulta, porque era sua paixão, estudar, aprender, evoluir, compreender. 

terça-feira, 6 de julho de 2021

Genevieve 74

Ainda não conhecia o pai, pois o casal morava no litoral com uma filha da idade de Genevieve e viriam logo, quando aconteceria a audiência que definia a guarda da menina. Morar com aquela senhorinha era maravilhoso, acordava mais tarde, ajudava em poucos afazeres, a comida era sempre muito gostosa e a vontade, podia comer o que quisesse e quando quisesse. Podia levar seu lanchinho, ganhou roupas, materiais escolares e ainda, pedindo permissão, podia ir de vez em quando, visitar os primos, a madrinha e seu amado padrinho, que algumas vezes a esperava para poder vê-la. Outra vez a vida estava boa e ela agradecia muito por essas novas pessoas na sua vida. 

Chegou o dia da audiência e de conhecer seu pai, o que aconteceu na frente do fórum, porque chegaram em cima da hora por conta de um imprevisto na estrada. Ficou feliz em conhecer esse homem que diziam ser seu pai, mas não o sentiu como tal, foi um encontro sem emoção, sem carinho, era um estranho que a cumprimentava. Uma sensação esquisita ela sentia quando se aproximava daquele senhor que já tinha mais de cinquenta anos. Sua esposa, era uma senhora gentil, educada e carinhosa, lembrava sua filha mais velha, em aparência e atitudes. O filho deles, o anjo de guarda da menina, se parecia com ambos. A empatia foi mais forte com a nova mãe do que com o próprio pai. 


segunda-feira, 5 de julho de 2021

Genevieve 73

Diante das argumentações muito bem explanadas por aquele homem inteligente, a mãe de Genevieve, se calou dando passagem para que a pequena buscasse suas poucas coisas que estavam ali, não foram suficientes para encher um saco de papel. Pois os presentes lindos que ganhou das primas, do padrinho e da madrinha, estavam muito bem guardadas e ela iria buscar assim que fosse possível, naquele momento, ela não sabia para onde iria, mas seu coração estava tranquilo ao lado de outro anjo. Agradecia a Deus por estar saindo dali e desejava ardentemente que fosse para sempre, era um sentimento forte para uma menina de onze anos, mas jurou silenciosamente que nunca mais queria ver a mãe, que lhe mostrou o que é a frustração e a decepção. 

Poucos meses faziam que Genevieve não frequentava as aulas e por ser uma aluna dedicada e inteligente, a direção da escola onde estava quando morava na casa dos primos e da madrinha, aceitou que ela voltasse, todavia, precisaria estudar em casa para acompanhar a turma que já estava bem adiantada. Nesse caso, ficou na casa da avó de seu meio irmão, que morava com a filha mais nova que trabalhava numa loja e ficava fora o dia inteiro, então seria ótimo à senhora que já era idosa, ter uma menina para lhe fazer companhia e lhe ajudar. Ficaria ali até o final daquele ano e depois iria morar com o pai e a esposa dele, mãe do anjo e da senhora gentil da mansão que a cuidou. 


domingo, 4 de julho de 2021

Genevieve 72

Homem de palavra, de atitude, disposto, fez exatamente o que disse, pediu que Genevieve lhe acompanhasse e mostrasse o caminho porque iriam buscar suas coisas na casa de sua mãe. Ele percebeu de imediato a expressão de medo nos olhos da criança e a acalmou, disse que nunca mais aquela mulher que nunca deveria ter sido mãe, tocaria nela. Quando pararam na frente da casa, a mulher surgiu alterada, dizendo que ia matar aquela peste e o homem desceu do carro calmamente, se apresentou e comunicou que veio apenas buscar os pertences da menina, que ela nunca mais tocaria num fio de cabelo dela e que não existia motivo no mundo que justificasse toda aquela agressividade e nesse caso, não tinha como inventar estórias, pois a menina estava com as marcas da surra que levou. 

Para ver onde chegava a hipocrisia dessa mãe desnaturada, o jovem a questionou sobre o motivo daquela surra em particular, como não tinha nenhum, ela se alterava e gaguejava, alegando que a menina causava conflitos, intrigas e que a fez brigar com o marido, a filha mais velha e o irmão que era o único que a apoiava. Sendo ele uma pessoa ponderada, respondeu apenas que tinha conversado pessoalmente com o padrinho da pequena que o procurou e pediu encarecidamente que eles como família também daquela pobre criança que a tirassem da mãe que era sua irmã, pois além de ser explorada, maltratada, agredida, ainda estava sem aulas, o que no entendimento dele era gravíssimo. 


Genevieve 71

Convidando Genevieve a entrar em sua mansão, a suposta irmã ficou assustada com o estado da menina que estava muito machucada, perguntou o que havia acontecido e ela disse que havia apanhado da mãe com algo que lhe cortou a pele, por isso sangrava. A mulher sentiu uma revolta a invadir, levou a menina ate a cozinha, pediu que sentasse, pegou alguns medicamentos e enquanto tratava dos ferimentos, fez vários questionamentos, como qual o nome da mãe, respondida a pergunta, a mulher não teve dúvidas, ofereceu algo para que ela comesse, pois estava mesmo faminta, enquanto fez uma ligação telefônica. Dentro de pouco tempo, surgiu um belo homem, cabelos negros e estatura mediana.

Quando Genevieve olhou em seus olhos esverdeados, teve a mesma sensação de quando via os anjos de sua vida e teve certeza, encontrava mais um anjo, teria a proteção daquele homem que era seu meio irmão, se toda aquela estória fosse verdadeira, pois era possível que nem sua mãe soubesse ao certo quem era o pai da menina, considerando a vida leviana que levava e os tantos relacionamentos inconsequentes que se envolveu. A irmã mais velha contou como a menina chegou, mostrou os machucados que ela carinhosamente tratou e esse por sua vez, indignou-se e disse que iria imediatamente até a casa dessa mulher e ia tirar a pequena de lá de qualquer jeito, nenhum ser merecia aquele tipo de tratamento pensou ele. 


Genevieve 70

Tudo piorou muito quando a mãe soube que o irmão, tio João, padrinho de Genevieve, havia recorrido na justiça para obter a guarda da menina, bem como, tinha entrado em contato com a família do pai dela que não morava na cidade. Naquele dia a mulher que já se sentia mais disposta depois de ser devidamente medicada, surrou a menina com muita raiva e com uma correia de carro, machucando muito a ponto de sangrar onde recebeu as batidas com a borracha da correia. Revoltada Genevieve dessa vez reagiu, aproveitou que a insana entrou em casa para fazer sabe Deus o quê e fugiu correndo portão afora. Só ouviu os gritos estridentes da mãe enlouquecida no portão, mas já havia virado a esquina e não era possível saber para que lado a menina corria.

Correu, correu e correu. Quando se deu conta, estava na frente da casa da irmã que sua mãe mostrava, ela não sabe como chegou ali, mas chegou e subiu a grande escadaria. Na frente da porta com o coraçãozinho acelerado, tocou a companhia da belíssima residência com enormes escadarias de mármores brancos. Logo em seguida, a porta se abriu e uma mulher morena, de estatura baixa, com traços bonitos e cabelos negros surgiu. Foi gentil e perguntou o que a menina queria, achando certamente que era uma pedinte, mas deu um salto quando a pequena disse que achava que era sua meia irmã, pois não sabia se era verdade o que sua mãe havia lhe falado como nem sempre era verdadeira, ficou na dúvida. 


sexta-feira, 2 de julho de 2021

Genevieve 69

Um homem percebendo que elas estavam em duas, pediu se a menina poderia ficar na fila prá ele, enquanto buscava sua esposa que estava mal. A mãe concordou, a fila andava devagar, mas finalmente conseguiram seu objetivo, marcaram uma consulta ainda naquele dia. O senhor que pediu que Genevieve ficasse na fila em seu lugar, agradecido pela ajuda da criança, deu uns trocados, os quais foram usados para comprar pães e mais algumas guloseimas para tomar um bom café da manhã. No caminho de volta, passaram na frente de uma linda casa verde com branca, com enorme escadaria branca de mármore que a fez lembrar da casa onde foi levada para ser empregada, a mãe disse que ali morava sua irmã por parte de pai. A pequena notável gravou a imagem da bela casa em sua memória que era fotográfica. 

Ao chegaram em casa, a mãe preparou um café bem gostoso que até lembrava o de vó Ana, todos sentaram à mesa juntos e saborearam as delícias que a pequena comprou com o dinheiro que ganhou por ficar na fila do Sus. Como tudo na vida passa aquele período de calmaria, também passou. Depois de ir ao médico e constatar que estava doente, culpou a menina, alegando que só a incomodava e que lamentava o dia em que ela nasceu. Essas palavras dilaceravam o coração da menina que não conseguia compreender o que ela fazia para incomodar tanto a mãe, só trabalhava, falava muito pouco, comia quase nada, dormia no chão, num canto, bem quietinha, nada lhe era comprado, era difícil digerir essas acusações.


quinta-feira, 1 de julho de 2021

Genevieve 68

Lamentava intimamente por sentimentos tão ruins estarem em seu coração, desejava nutrir sentimentos amorosos, pacíficos, tranquilos, de gratidão, de fé, de alegria, porque eram esses sentimentos que a permitiam sentir felicidade, se era esse o nome da sensação que invadia e aquecia seu coração quando os sentia. Era bom, era reconfortante, era acolhedor. Parecia estar num abraço carinhoso e aconchegante, buscava em sua memória, recordações dos abraços de pessoas carinhosas que cruzaram seu caminho e isso a fortalecia, sentia que em alguns momentos por mais breves que tenham sidos, havia sido amada e querida. 

A mãe de Genevieve certo dia no final da tarde sentiu uma terrível dor abdominal e compreendeu que precisava ir ao médico, como dependia do sistema público, seria necessário ir de madrugada para conseguir uma consulta. Avisou a filha antes de ir dormir que precisariam acordar mais cedo na manhã seguinte para ir até o posto, o qual era bem longe de onde moravam. Genevieve assentiu com a cabeça, temia falar qualquer coisa e ser mal interpretada pela mãe, que demonstrava mesmo estar doente. Acordaram e saíram, deixando os meninos dormindo, estava muito frio e a menina tinha poucas roupas de frio, quando a mãe lhe colocou um casaco dela nas costas da filha, que surpresa, agradeceu a gentileza. Seguiram em silêncio até chegar no local onde já havia uma fila imensa, muitas pessoas esperando por agendar uma consulta médica. 


Genevieve 67

Pensou muito em vó Ana naquela noite, pediu ao Universo que a protegesse e a fortalecesse para o que a esperava. Adormeceu e teve sonhos com os momentos bons que viveu com aquela senhora tão especial, que saudades sentia dela, mas no sonho pode abraçá-la e reafirmar o quanto a amava. Na manhã seguinte, acordou um pouco mais cedo e foi cuidar das tarefas que fazia antes, não queria despertar a ira naquela mulher que já acordava azeda, parecia que dormia num vidro de vinagre, mas compreendia um pouquinho das atitudes grosseiras da mãe, pois devia ser muito difícil dormir e acordar com um bêbado, fedido, grosseiro e estúpido. O que ela se perguntava mesmo sem saber das coisas de adultos era o porquê certas mulheres se permitiam tamanha submissão? Essa pergunta deve ter permanecida sem resposta até hoje. 

Os dias se passavam e a mãe da pequena estava mais calma, quase não falava, não reclamava, não vomitava seus habituais palavrões, cuidava dos meninos, parecia anestesiada, no modo automático como diríamos atualmente. Implicava muito pouco com a menina que até sentiu um lampejo de afeição por aquela mulher que um dia amara tanto, sem mesmo conhece-la. Bastava o fato de ser sua mãe, lhe ter dado a vida para nutrir esse amor, mas depois que a conheceu e viu seu lado perverso e mau tão evidentes, Genevieve não sentia mais amor em seu coração por aquela pobre mulher, no íntimo sentia um misto de raiva, ódio, pena, vergonha, sentimentos negativos. 


Genevieve 66

O trajeto que a assistente social estava fazendo, era muito diferente e com muito pesar, reconheceu um caminho que não queria percorrer nunca mais, a casa de sua mãe. Seu coração bateu descompassadamente quando estacionou o carro na frente da casa da mulher que veio com aquele ar prepotente e olhar ameaçador, a menina sabia que a perversa mãe se vingaria dela por ter brigado com o irmão, o único de quem recebia apoio. Na mente distorcida, brigou com o irmão por causa de Genevieve, o que logicamente não era verdade.  Desceu do carro e a assistente social gritou que nunca mais a procurassem e que nunca mais ajudaria esse tipinho de gente que não reconhece a ajuda que recebem. A mãe respondeu que ela daria um jeito na menina. Sabia bem que jeito era esse. Sentiu seu coração doer, tinha dificuldades para respirar, sua cabeça girava, sentia náuseas e nesse momento entendeu o significado de intuição, que sempre avisava quando ela ia passar por dificuldades. 

Estava anoitecendo quando a mãe de Genevieve a mandou ir dormir porque não queria ver a cara dela, no dia seguinte acertariam as contas. Talvez aquela tenha sido uma das noites mais longas da vida daquela menina de onze anos que já tinha enfrentado tantos obstáculos. Muitas vezes ela se perguntava o que teria feito de tão errado para merecer o desprezo da mulher que lhe permitiu nascer. Na sua maturidade, compreendia que o que ela tinha que viver, o que reservava o destino, pertencia somente a ela vivenciar, então, que isso fosse da melhor maneira possível. Aceitava com resignação seus desafios. Enquanto rezava e refletia sobre sua breve vida, mas já repleta de emoções e altos e baixos, pensou que se deveria sofrer que fosse ao lado de sua mãe então! 


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