Haviam se passado quatro
anos desde que Genevieve, foi para o sítio, não havia frequentado escola e Ana
estava preocupada com isso, ela gostaria muito de cuidar, educar, contribuir
com o crescimento daquela pequena, vê-la e tornar uma mulher, porém, sua
condição financeira, sua vida atribulada e ser solteira, dificultam muito essa
possibilidade, não teria tempo para dedicar aquela menina que precisava de
amor, carinho, atenção, cuidados, precisava de uma família mesmo. Precisava
encontrar uma que a adotasse e ficasse com ela até ser adulta e pudesse cuidar
da própria vida. Entrou em contato com algumas pessoas conhecidas e soube de
uma família que queria adotar uma menina, seu coração encheu-se de esperanças,
arrumou a menina com algumas roupas que precisou comprar, porque há tempos
vestia trapos.
Saíram com entusiasmo,
chegando na residência da família, a mulher abriu a porta e deu um grito de
horror, dizendo que a menina era feia, magra demais, cheia de feridas, que
estava doente e ela não a queria, pois poderia morrer ali na casa dela e fechou
a porta na cara das duas que ficaram atônitas com a atitude explosiva e
estúpida da mulher. Ana desconversou, disse a menina que não se preocupasse que
logo encontrariam um lugar maravilhoso para ela morar, com pessoas gentis e
educadas e não como aquela mulher perturbada. Tentou distrair, desconversar,
mas a situação de Genevieve era complicada, estava mesmo doente, desnutrida,
cheia de furúnculos, com os cabelos secos e curtos, pois pegara piolhos no
sítio e cortaram seus lindos castanhos cacheados de qualquer jeito, além de
colocarem neocid, um pesticida fortíssimo na sua cabeça, o que deteriorou seus
cabelos. Parecia mesmo um bichinho assustado a pobre menininha já com oito
anos, mas parecia que tinha uns cinco ainda pelo tamanho.