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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Genevieve 39

A pressa estava sempre acompanhando aquela mulher que pouco tempo deu para que sua filha organizasse seus pertences, quer eram muitos, ganhara presentes de todos os familiares e amigos de Vó Ana, porque era prestativa, carinhosa e querida, todos sabiam o valor que ela tinha pra matriarca da família. As duas foram para o quartinho organizado e limpinho de Genevieve, enquanto a antipática ficara na sala, até queria entrar no quarto, mas foi fulminada com os olhos negros da senhora como se dissesse: Fique aí e bem quieta! A menina percebeu que sua amada vó Ana chorava e se deu conta do quanto sentiria sua falta, ficando triste e chorando junto.

Porém na sua inocência, em seus pensamentos, faria visitas frequentes, o suficiente para não sentir tantas saudades. O que ela não sabia é que sua mãe não quis dar o endereço à avó para que esta lhe visitasse e conferisse como estaria sendo cuidada e tratada. A mulher má sabia das intenções da velha senhora em vigiá-la e tratou de afastar essa possibilidade, como sempre se mudavam por conta da falta de pagamento de aluguéis, eram despejados frequentemente, dificilmente seriam descobertos ou encontrados, assim poderia explorar aquela menina que muito útil que seria, afinal já estava cansada de criar filhos e cuidar de casa, tinha outros planos e muita vida prá curtir ainda, era uma bela mulher e faria valer essa condição. 


sábado, 29 de maio de 2021

Genevieve 38

A mulher que não esperava aquela reação da velha e pobre senhora, pois a julgava ignorante e sem instrução, percebeu que estava redondamente enganada, comumente, pessoas arrogantes, prepotentes, déspotas sempre se enganam porque julgam antes de conhecer as pessoas. Vó Ana avisou o dia que Genevieve voltaria da viagem de férias e que ela viesse somente neste dia, não a queria batendo em sua porta antes disso. A antipática saiu pisando forte com seus saltos altos e foi embora num carro velho que mal conseguia funcionar e rodar, mas parecia que estava andando numa BMW, tamanha era sua empáfia. 

A senhora queria ter tempo para conversar com a menina antes que sua mãe e viesse buscar, todavia, a esnobe chegou antes e ficou esperando, como para garantir que nada interferisse nos seus planos nada benéficos à menina. Vó Ana lamentou, teria que deixar a mulher levar sua querida menina que era sua companheira em casa, nos passeios, na missa, lhe ajudava, era disciplinada, era caprichosa, era divertida, era inteligente, era conversadeira, sentiria muita falta daquela criaturinha adorável. Mas além do fato da praga ser a mãe e ter seus direito garantidos pela lei, tinha ainda a paixão da menina pela mulher que ela idealizava perfeita. Ela não queria ser portadora de más notícias, ou ter que falar sobre a mulher que le trouxe ao mundo, provável que a menina não entendesse. Genevieve precisaria descobrir por ela mesma quem era sua mãe e para tanto, teria que conhecê-la, o que seria possível somente convivendo com ela e seus familiares. 


sexta-feira, 28 de maio de 2021

Genevieve 37

A mulher então se aproximou da filha, sem ao menos lhe abraçar ou emitir um gesto carinhoso e informou que era sua mãe, viera busca-la porque queria reunir os filhos, conviver e estar com eles. A menina era muito inocente para duvidar de algo que sua santa mãe lhe dissera e estava cega pela euforia de estar diante de sua rainha, mas vó Ana no alto da sua experiência e sabedoria percebeu bem e presentiu o que a mulher queria e seu coração ficou oprimido dentro de seu peito. A menina já era útil, estava bem cuidada, era inteligente, sabia fazer muitas coisas, enquanto que ela tinha dois filhos pequenos e uma casa prá cuidar...

A mulher já havia vindo antes de Genevieve voltar da praia, duas vezes, nas quais fora grosseira e ríspida com a senhora gentil, inclusive, ameaçando por ter deixado a criança viajar com estranhos. Nesse momento a senhora que era distinta e educada, alterou seu tom de voz e lhe disse umas verdades, porque ela sim sabia da verdade a respeito daquela mulher sem escrúpulos que abandonou a pequenina doente e agora depois de dez anos, vinha fazer exigências, reclamar, ameaçar. Vó Ana que lhe ameaçou, dizendo que ela baixasse o tom ou a menina saberia quem ela era realmente, além de lutar pela guarda da menina, pois já era sua tutora e seria bem fácil conforme sua advogada lhe instruíra. 


quinta-feira, 27 de maio de 2021

Genevieve 36

Enquanto viajavam de volta para casa, Genevieve recordava os dois anos que se passaram morando com vó Ana. Sua vida era maravilhosa, estudava, tinha um lar, uma família, um quartinho só seu, tinha seus brinquedos, seus materiais escolares, tinha suas amigas na vizinhança e na escola, passeava sempre com a avó ou com suas netas, era tratada com carinho, com respeito, com amor, sentia isso e se sentia feliz, muito feliz, além da gratidão por todas aquelas bênçãos.  Quando necessário era corrigida, mas sem agressividade ou estupidez, vó Ana detestava brigas, gritos, conflitos, ela era calma, suave e tinha mel nos lábios. Dificilmente alguém a tirava do sério, do seu prumo, do seu centro. Ahaaaaa, como amava aquela senhora...

Quando estavam chegando em casa, perceberam uma movimentação estranha na casa de vó Ana, tinha um carro parado na frente com um homem carrancudo dentro, e na porta estava uma mulher esguia, bonita, com cabelos cacheados e brilhosos, tinha um belo porte a morena. Ao se aproximar da mulher e olhar em seu rosto, Genevieve estremeceu, reconheceu imediatamente sua mãe biológica, ficou extasiada, o momento que tanto sonhou e esperou, enfim chegou, sua mãe, sua amada mãe estava ali na sua frente, linda, maravilhosa, parecia uma deusa perfeita. Que felicidade! Não cabia em si de tanta alegria, parecia que ia explodir. Diante de tanta alegria, não percebeu o desdém e o desprezo na expressão da mulher arrogante. 


terça-feira, 25 de maio de 2021

Genevieve 35

Tudo pronto, na manhã seguinte, ainda estava escuro quando a família e a menina saíram de viagem. Foi uma longa viagem e os meninos enjoaram, precisando parar várias vezes por conta disso. Também para lanchar, ir ao banheiro, se refrescar, pois quanto mais se aproximavam do litoral, mais calor ficava. Já era de tarde quando finalmente chegaram ao destino, mesmo assim, largaram suas bagagens, colocaram shorts e chinelos e correram para o mar. Absolutamente esplêndido, lindo, maravilhoso. Tocaram os pés na água, correram e depois sentaram na areia, na beira do mar e contemplaram a beleza do pôr do sol, que ia se escondendo lentamente por detrás do mar, incrivelmente belo, o sol, o céu, toda aquela paisagem. Nesse momento, Genevieve entendeu o significado de plenitude.

Foi junto com a família com o intuito de ajudar com os meninos, mas se divertiram muito, enquanto o homem trabalhava, eles brincavam, passeavam, tomavam sorvetes, foram de fato, as primeiras férias da vida da menina que já estava com dez anos. Ficaram em Itapema curtindo o verão por trinta dias. No dia de voltar, ninguém estava sorridente e feliz, mas era preciso voltar prá casa, logo retornariam à escola e Genevieve estava com saudades de vó Ana. Nessa época não existia celular e vó Ana não tinha telefone em casa para poder falar com ela de vez em quando. Arrumaram suas malas e partiram não com o entusiasmo da vinda. Partiram rumo a vida normal, levando na memória, lembranças lindas e incríveis, de dias perfeitos. O verão na praia é a perfeição, a menina pensava, prometendo a si mesma que voltaria naquele lugar ou em qualquer outro que tivesse o mar, que era simplesmente deslumbrante.



segunda-feira, 24 de maio de 2021

Genevieve 34

Mais tarde, ainda naquele dia, a gentil e amável Ana, veio ver sua pequena protegida, já fazia um tempinho desde a última vez que pode vir vê-la e trouxe um presente muito conveniente à situação; um maiô azul para que a menina pudesse ir e curtir cada momento de suas preciosas férias na praia bem linda, imediatamente provou o presente que ficou perfeito no corpinho de Genevieve, o qual já começava a ganhar formas femininas e delicadas. Além do maiô, ganhou também dinheiro de Ana para comprar sorvetes e outros agradinhos, certamente iria querer trazer uma lembrança da praia à sua amada vó. 

A felicidade dessa pequena era absoluta, estava radiante, ia viajar pela primeira vez, conhecer o mar, a praia, ganhara um maiô azul e matara um pouquinho as saudades de Ana, sua amada protetora. Quando Genevieve perguntou por Dona Paulina a filha dedicada com lágrimas nos olhos, disse que a bondosa e gentil senhora paraplégica havia falecido pouco antes do Natal, nada quis saber sobre o marido dela e a empregada malvada o que era compreensível. Vó Ana e a pequena notável abraçaram a mulher carinhosamente sentindo muito por sua perda, sabiam o quanto ela amava e defendia aquela pobre mãe. Ana se foi e essa foi a última vez que Genevieve a viu e a abraçou. 


sexta-feira, 21 de maio de 2021

Genevieve 33

O filho do esposo de vó Ana, foi convidado a trabalhar em Itapema na construção de casas, pois era construtor, como tinha lugar para se instalar, quis levar a esposa e os filhinhos e então, convidou Genevieve para ir junto passear e ajudar com os pequenos. A menina ficou nas nuvens com essa surpresa, iria conhecer a praia! Concordou imediatamente, só que logicamente precisava da autorização de vó Ana, até porquê era sua tutora. A senhora estava no trabalho e a menina contava os minutos até que ela chegasse para lhe pedir. Quando finalmente ela chegou, o enteado, homem muito e distinto juntamente com sua bela esposa, foram pedir que deixasse a menina viajar nas férias com eles, prometeram que cuidariam bem dela e que seria uma oportunidade dela passear e conhecer o mar. Vó Ana disse que ia pensar e verificar se não teria problemas legais e na manhã seguinte daria a resposta, pois sairiam de viagem no outro dia bem cedinho.

Naquela noite, foi difícil a menina adormecer, sabia que vó Ana a deixaria ir e tratou de arrumar o que achou adequado para usar na praia, mas colocou suas roupas mais leves. Quando o sol brilhou radiante no céu, a menina já estava na cozinha, arrumando a mesa, fazendo o café, deixando tudo pronto para tomarem seu delicioso café da manhã, momento especial, porque eram quando se reuniam todos na mesa. Vó Ana sentou-se à mesa e comunicou a menina que ela poderia ir viajar, havia falado com Ana e uma sobrinha advogada que asseguraram que não haveria problemas legais, pois estaria sob a responsabilidade de dois adultos. 


segunda-feira, 17 de maio de 2021

Genevieve 32

Por uma semana nossa pequena heroína ficou de castigo, sem poder ir brincar na casa de sua amiga, filha da vizinha de anos de vó Ana. Sabia que merecia castigo maior, portanto, ficou bem quietinha quando recebeu sua sentença pelo erro cometido contra o presente alheio. Ajudava a avó na limpeza e organização da casa, ia à escola, aturava as chatas que continuava a persegui-la e falar bobagens sobre sua mãe, mas a amizade com Adriana lhe era muito reconfortante e cara, a menina realmente era um balsamo nesses momentos, onde pessoas que muito pouco a conheciam e perdiam seu tempo, sua energia a incomodando com suposições, porque assim como Genevieve, elas também não sabiam da verdade de fato, estavam repetindo o que ouviram e talvez até aumentando, ou seja, estavam fazendo fofocas.

Veio o inverno, depois a primavera e veio também o final do ano letivo. Genevieve não gostava muito das férias, preferia estar estudando, todavia, férias faziam parte da vida, principalmente dos estudantes. Naquelas férias, uma surpresa especial aguardava aquela pequena que já não era tão pequena, havia ganhado alguns quilos, suas feridas foram curadas, uma vizinha de vó Ana, indicou que a menina tomasse levedura de cerveja para limpar o sangue e funcionou, porque nunca mais estouraram furúnculos e sua pele estava limpa, seus cabelos cresceram e devidos aos cuidados com shampoos e cremes específicos que as netas da senhora, traziam à menina, estavam sedosos, brilhantes e macios. Era uma bela menina e aquela figurinha de bichinho do mato, havia ficado lá no passado, lá no sítio dos Macacos.



domingo, 16 de maio de 2021

Genevieve 31

Entrou em casa e uma cinta lhe aguardava bem na porta, mas José pediu a avó para ouvir primeiro os motivos que levaram aquela criança a cometer essa travessura. A senhora relutou, mas concordou com o neto que convidou a menina a sentar-se e conversar, primeiro perguntou se o chocolate era bom e ela respondeu entusiasmada que sim, ele agradeceu por ela ter pensado nele e ter deixado uma metade. E aí veio a pergunta crucial; porque mexeu em algo que sabia que não lhe pertencia? A pequena sentiu ainda mais vergonha por conta da gentileza e educação daquele moço e respondeu honestamente que nunca tinha comido aquele tipo de chocolate. Ele argumentou que ela tinha ganhado os chocolates dela, mas com seus olhos lacrimejando respondeu que ovo de Páscoa nunca havia comido, pois nunca havia ganhado um. Comovido, perguntou se o sabor era diferente dos que havia ganhado e ela respondeu que sim, tinha um sabor único, especial e mágico. 

José perguntou se ela estava arrependida, quando surpreendentemente respondeu que lamentava e pedia perdão por sua atitude errada, mas que se arrepender era complicado, porque o ovo era irresistivelmente gostoso. Arrancou uma gargalhada do rapaz. Talvez a sinceridade daquela criança, fez com que aquele neto, pedisse a avó que não a surrasse, um castigo, mas sem cintadas. Contrariada e envergonhada pela atitude da menina que educava, disse que dessa vez a perdoaria, mas na próxima, apanharia com certeza. Depois que o neto foi embora, vó Ana chamou Genevieve e conversaram por longo tempo, novamente a senhora ensinou sobre educação, honestidade, que é preciso respeitar o que pertence ao outro. Foi uma lição! A outra metade do ovo? José deixou de presente pra menina devoradora de chocolates. 


sábado, 15 de maio de 2021

Genevieve 30

Tratou de limpar tudo, antes de jogar as embalagens fora, teve uma idéia, como ainda existia uma das metades do ovo, poderia fechar e deixar no mesmo lugar, quem sabe, talvez, pudessem acreditar que veio assim do mercado. A inocência de uma criança num momento de travessura é algo admirável e incrível. A pequena devoradora de chocolate alheio pegou algumas pedras no pátio e colocou-as nas embalagens dos bombons, os colocou de volta dento da outra metade com muito custo, pois na verdade, queria mesmo era comê-lo, mas precisava ganhar tempo... Arrumou direitinho o presente do José e o guardou exatamente onde estava. Desceu a cadeira, colocou a mesa no lugar e vida que seguia. Vó Ana chegou do trabalho, não percebeu nada de diferente, tudo tranquilo, tudo normal. 

No final de semana, quem apareceu??? O xodó da vovó.  Genevieve estremeceu do alto da cabeça à pontinha dos pés. Seria descoberta, disfarçadamente, cumprimentou o neto que era querido e brincalhão e se mandou brincar na sua casinha, que ficava embaixo da casa de Vó Ana, lá tinha seus brinquedos, alguns inventados como o fogão que era um tijolo com os furos voltados para cima e suas panelinhas, eram as medidas de Leite Ninho. Ali passava boa parte do seu tempo, quando terminava seus afazeres e suas tarefas escolares, podia brincar o quanto quisesse, tinha essa liberdade. Refletindo e rezando em sua casinha sobre a grande bobagem que fizera, sentiu vergonha por sua atitude egoísta até que ouviu o grito de Vó Ana e estava brava, com certeza, estava muito brava. 




sexta-feira, 14 de maio de 2021

Genevieve 29

E assim seguiam os dias, enquanto e pequena controlava seus impulsos e seus desejos pelo precioso em cima do móvel, mas era difícil, a tentação de agarrá-lo era quase que insuportável. Quando ela passava pela frente de onde ele estava bem guardado, sentia como se o ovo olhasse-a com aquele olhar lânguido, chamando e pedindo: pegue-me, abra-me, delicie-se comigo. Venha, venha, venha! Ela ouvia.  Mantinha com muito seu propósito de controlar seus ímpetos, mas num certo dia, vó Ana foi trabalhar mais cedo e Genevieve ficou sozinha em casa, ou melhor, ela e o precioso. Parecia que o ovo falava com ela ainda mais alto, podia ouvir nitidamente sua voz melodiosa a chamando para cometer um desatino total. Tentou se distrair, fez suas tarefas, estudou, foi lá fora, mas estava chovendo, voltou prá dentro de casa, junto dele. 

Apesar do esforço não resistiu, puxou a mesa para frente do armário, com muito esforço, conseguiu colocar uma cadeira sobre a mesa e então, alcançou o bendito ovo de Páscoa do xodó da vovó. Não pensou em mais nada, desceu, sentou no chão e foi abrindo a embalagem daquela maravilha, estava enfeitiçada, apaixonada por aquele ovo cheiroso e apetitoso. Abriu as metades e descobriu uma mina de bombons. Primeiro comeu todinha uma das metades de precioso e depois, todos os bombons. Loucura total, quando terminou e viu aquele monte de papéis vazios, percebeu a insanidade que cometera, estava pega! E agora? O que faria? Bem, teria que esperar o dono do presente aparecer para que sua travessura fosse descoberta. 


quinta-feira, 13 de maio de 2021

Genevieve 28

Deixou isso de lado e tratou de estudar, estudar e estudar. Amava leitura, sempre que podia, passava na biblioteca da escola e emprestava livros, estava constantemente lendo e aperfeiçoando sua escrita e seu vocabulário. Além disso, vá Ana lhe ensinava muitas coisas importantes, como ter respeito, ter educação, saber ouvir e calar na hora certa, bem como saber se expressar de forma clara e objetiva, aprendeu sobre respeito, integridade, decência, aprendeu a rezar, agradecer, ter fé e compreendeu que existe um Deus poderoso que está presente em nossas vidas permanentemente, Esse pensamento fazia com que a criança sentisse tranquilidade e segurança. Vó Ana também ensinou a menina sobre comportamento feminino, que é bem diferente do masculino. Ela adora ouvir a senhora falar, havia muita doçura em sua voz e muita sabedoria nos conhecimentos que ela repassava. Nesse momento Genevieve entendeu o significado de compartilhar.

O tempo passava depressa e logo chegava o período da Páscoa, dessa a menina lembrava por conta dos três grãos de pipoca que ganhara de Dona Paulina. Vó Ana comprou chocolates para todos os netos, para a neta postiça, comprou cestinha com vários chocolates, ovinhos e casquinhas de amendoim e para seu neto José que servia o exército e todos brincava que ele era o xodó da vovó, comprou um ovo gigante, lindo, maravilhoso, esplêndido, apaixonante. Esse ovo especial, foi guardado em cima de um armário até quando José viesse visitar a avo e ganha-lo. Diariamente passava na frente do armário e olhava para o ovo lindo e sua boca aguava de vontade comer, era uma tortura, mas sabia que pertencia a outra pessoa e portanto, precisava respeitar e jamais magoar ou chatear vó Ana, que a tratava muito bem, como de sua família mesmo, sentia-se parte integrante. 



terça-feira, 11 de maio de 2021

Genevieve 27

Mas naquele momento, as meninas malvadas diziam que quem não tinha pai era filha de mulher da vida, portanto, ela era filha de uma mulher assim. Genevieve ficava magoadíssima, pois sua mãe biológica na concepção dela, era uma santa, uma mulher perfeita que teve um motivo justo para não estar perto dela. Um dia tudo seria esclarecido, mas sua mãe era maravilhosa e não admitia que denegrissem sua imagem, até porquê ela não estava ali para se defender dessas ofensas, dessas acusações totalmente descabidas, aquela conversa revoltava a menina que defendia a mulher que lhe dera a vida. 

As ofensas continuaram, bem como, brincadeiras de muito mal gosto, coisas que deixavam a criança confusa, certo dia, contou isso as netas de vó Ana e uma delas na inocência confirmou que a mãe era uma mulher de vida fácil e que não era nem de longe, a santa que ela imaginava. A irmã chamou sua atenção, dizendo que não podia dizer aquilo à menina, mas a outra argumentou que um dia, ela precisaria saber da verdade e essa verdade era bem diferente da ilusão que tinha a respeito daquela mulher que abandonou uma bebê doente num hospital e foi embora com outro homem, tendo outro filho logo. Isso ficou martelando por vários dias na cabecinha de Genevieve, que continuava acreditando na imagem perfeita da mãe. 


segunda-feira, 10 de maio de 2021

Genevieve 26

Aulas recomeçando e a estudante toda prosa com seus materiais e pasta novos, estava radiante e assim que chegou na mesma escola, reencontrou sua amiga querida Adriana, a peste Gilmara mudara de escola, graças a Deus. Porém, logo aparecem outas meninas chatas para perseguir e implicar com ela, ficava se perguntando novamente, por quê isso? Surgiram com umas conversas sobre sua mãe biológica porque viram em seus documentos que só tinha mãe, pai era desconhecido. Também achou isso estranho quando aprendeu a ler e viu essa informação contraditória em seus documentos, como assim não tinha pai, claro que tinha e sua mãe um dia explicaria essa questão. 

Mas naquele momento, as meninas malvadas diziam que quem não tinha pai era filha de mulher da vida, portanto, ela era filha de uma mulher assim. Genevieve ficava magoadíssima, pois sua mãe biológica na concepção dela, era uma santa, uma mulher perfeita que teve um motivo justo para não estar perto dela. Um dia tudo seria esclarecido, mas sua mãe era maravilhosa e não admitia que denegrissem sua imagem, até porquê ela não estava ali para se defender dessas ofensas, dessas acusações totalmente descabidas, aquela conversa revoltava a menina que defendia a mulher que lhe dera a vida. 


domingo, 9 de maio de 2021

Genevieve 25

O momento tão aguardado era a entrega de presentes e Genevieve ganhou vários, praticamente de todos os convidados, ganhou brinquedos, ganhou roupas, ganhou calçados e algo que ela queria demais; uma pasta escolar branca plastificada da Positivo, amou! Era linda sua pasta e dentro tinha alguns materiais que ela queria também, como régua, lápis de cor e canetinhas, presentes maravilhosos. Agradeceu a cada pessoa que lhe presenteou com um longo e caloroso abraço, como se pudesse expressar através desse gesto, a imensa felicidade que sentia pelo carinho que recebia através desses presentes. 

Veio o ano novo, férias e no pátio onde Vó Ana morava, morava também um dos filhos de seu esposo, que era casado e tinha dois meninos pequenos, os quais Genevieve brincava e ajudava cuidar. Assim passaram o verão, se divertindo no pátio, até uma grande piscina plástica fora instalada para a diversão ser ainda melhor, sem contar que era delicioso se refrescar na água geladinha da piscina, os meninos amavam passar o dia ali. Quando a menina terminava suas tarefas em casa, ajudando sua querida vá Ana, se juntava aos meninos para se refrescar e brincar também, afinal, ainda era criança.


sábado, 8 de maio de 2021

Genevieve 24

Aquele primeiro ano escolar passou rápido e quando se deram conta, as aulas acabaram e já era época de Natal, o primeiro que Genevieve ia desfrutar, ganhar presentes, comer guloseimas, ir na missa do galo com avó, porque sempre iam aos domingos pela manhã na igreja mais próxima. Nessa época uma das noras de vó Ana, realiza uma tradição muito especial, na véspera de Natal, reunia doze crianças numa grande mesa, onde servia um delicioso almoço, seguido de sobremesas divinas e depois, distribuía chocolates e brinquedos aos pequenos, chamava de “a mesa dos anjos”. A neta postiça de vó Ana adorava ajudar, achava essa tradição linda e pensava que quando fosse adulta, podia ter um coração generoso como daquela mulher que tinha pouco, mas sabia compartilhar.

Na noite de Natal, toda a família de vó Ana, estava reunida para celebrar essa data tão especial, até o filho mais novo da senhora veio de Brasília, onde servia o exército, para estar com sua família e conhecer a menina adotada pela mãe. Era um jovem agradável, gentil e muito educado. Foi uma noite especial, rezaram, celebraram, jantaram uma ceia deliciosa, com diversos tipos de alimentos preparados com dedicação e carinho e o momento aguardado pela criança que estava vivenciando o Natal pela primeira vez, não tinha lembranças do Natal quando estava com sua mãe Marina e no sítio, nunca nem ouviu falar sobre Natal. Só lembrava que numa época do ano, ela e a senhora paraplégica, ficavam sozinhas, talvez fosse o Natal então. Mas esse Natal na Vó Ana estava sendo mágico. 


quinta-feira, 6 de maio de 2021

Genevieve 23

Na hora do intervalo, a pobre criança que não tinha lanche, ia para uma parte afastada do pátio, onde podia ficar tranquila e sem sentir vontade de comer, mas consegui segurar até chegar em casa e toma café gostoso com vó Ana. Num desses intervalos, a hora do recreio, veio uma menina loura, linda e agradável chamada Adriana que estudava na mesma classe e estendeu um embrulho a colega que o pegou e para sua surpresa, era um lanche delicioso. A menina disse que queria ser sua amiga, gostava dela e a achava inteligente. Genevieve aceitou o lanche com muito gosto e gratidão, percebeu que se tratava de mais um anjinho que Deus colocava no seu caminho e sentiu muita gratidão pela atitude nobre e magnânima da menina que lhe ofereceu sua amizade sincera e verdadeira e porque sempre estava sob a proteção dos anjos. 

Genevieve e Adriana tornaram-se grandes amigas, faziam trabalhos escolares juntas, estudavam para provas juntas e no recreio, claro, estavam juntas, pois Adriana sempre trazia dois lanches iguais, as vezes sanduíches, as vezes frutas, as vezes bolo, enfim, na hora do intervalo, coisas boas as aguardavam, a mãe de Adriana que preparava os lanches carinhosa e apoiava a atitude da filha em ajudar a menina com menos condições. Essa mãe estava educando e preparando a filha para ser uma boa pessoa. Contou a vó Ana sobre a nova amiga que lhe trazia lanches e esta ficou feliz, porque sabia que a pequena sofria de algum modo, ou de fome, ou zombaria. Trabalhava numa escola e sabia o quão cruéis podiam ser algumas crianças. Essa amiga nova de sua pequena muito lhe agradava, era bom ter amigos e compartilhar os conhecimentos, as alegrias, tudo era novidade. Um tempo depois Adriana trouxe algumas roupas e calçados em excelentes condições, algumas peças pareciam novas e foi ótimo, porque o inverno se aproximava e essas roupas seriam muito bem aproveitadas pela menina que se encantava com cada peça que experimentava. 


quarta-feira, 5 de maio de 2021

Genevieve 22

Sentiu paixão imediatamente por essa benção chamada estudo, ficou vislumbrada quando conheceu as letras, os números, aprendeu a escrever seu nome e tudo foi rápido, a capacidade intelectual, a facilidade no aprendizado dela era incrível e em poucos dias, já estava acompanhando a turma tranquilamente. Era frequentemente elogiada pela professora o que acabou despertando ciúmes de algumas meninas que logo começaram a implicar com a nova colega, zombavam de suas roupas, a chamavam de pobretona, de esfomeada por que nunca levava lanche e não levava porque não tinha, vá Ana era pobre e podia oferecer a ela, o básico, o que estava muito bom. Genevieve não entendia a razão pela qual, aquelas meninas implicavam e a perturbavam, ficava triste porque nada fizera a elas, de onde surgia essa antipatia gratuita?

Tinha uma em especial que se chamava Gilmara, era a pior de todas, na verdade era ela que instigava as outras a perseguirem. Certo dia na fila, essa menina insuportável, arrogante e prepotente, iniciou sua rotina de perturbações contra a colega, xingando, ofendendo, humilhando e Genevieve que já estava cansada disso tudo, avançou nela, puxando pelos cabelos e derrubando a chata no chão, grudou nos cabelos e esfregou a cara dela no chão e disse no ouvido da peste: Me deixe em paz garota chata! Nenhum aluno interferiu, tampouco a professora, ao contrário, fizeram um circulo em volta das duas e deixaram a metida aprender a respeitar, mesmo que através de agressividade. Foram prá sala de aula e a Gilmara, nunca mais perturbou ninguém, nem suas comparsas, deixaram os colegas estudarem na paz e no sossego. 


terça-feira, 4 de maio de 2021

Genevieve 21

A menina foi recebida carinhosamente pelos familiares da senhora, apesar de alguns entenderem que a mulher já tinha idade e uma criança poderia dar trabalho e a disposição já não era o seu forte. Respeitaram a decisão da matriarca e ajudaram no que lhes era possível, contribuindo com roupas, calçados, remédios, vitaminas, materiais escolares, esse último item era essencial, pois a menina precisa urgente ser matriculada na escola e foi o que a bondosa senhora fez imediatamente, na semana seguinte, já começaria a frequentar a escola, que alegria! Genevieve ganhou o direito de lhe chamar de Vó Ana, como os outros netos a chamavam e ela amou, sempre sonhou ter uma avó e aquela era perfeita; carinhosa, gentil, amorosa, mas quando necessário, podia ser enérgica e chamar a atenção da criança que precisava de educação. 

Chegou o dia tão esperado por aquela menina que desejava ardentemente estudar, aprender, conhecer. Estava pronta bem antes da hora de ir à escola, esta muito ansiosa e feliz. Vestia roupas simples, chinelinho e seus poucos materiais numa sacolinha plástica, assim, nossa pequena foi levada pela vó Ana até a escola, onde a apresentou a professora, informando que nada sabia, e como a turma já estava um pouco avançada, seria necessária paciência. A professora foi atenciosa com a menina e lhe dedicou atenção nos primeiros dias até que ela se ambientasse e se acostumasse com essa novidade maravilhosa na sua vida. 


segunda-feira, 3 de maio de 2021

Genevieve 20

 

Voltaram prá casa e conversando com alguns parentes, um de seus tios, irmão de sua mãe, disse que talvez sua esposa pudesse ajudar, pois gostava de crianças e já tinha filhos e netos adultos. Ana ficou em dúvida, pois conhecia a senhora e ela já tinha mais de sessenta anos. Mas sabia que se aceitasse, cuidaria da criança com amor e carinho, além da educação que era imprescindível, já estava atrasada para entrar na escola. Imediatamente no outro dia, foram procurar a possível tutora da menina. Lá chegando foram recebidas pela senhora simpática e agradável, que já as esperava com um delicioso lanche. Coincidentemente ela se chamava Ana e a empatia entre ambas, foi instantânea, se encantaram uma pela outra e a senhora disse que sim, cuidaria dela com todo seu carinho, percebeu o quanto aquela criança estava carente de tudo, pediu à enfermeira que fizesse um termo de guarda no órgão específico evitando problemas futuros, tornando-se assim responsável por ela, já que naquela época não existia tanta burocracia para adoção.

A menina já ficou ali e Ana informou que ela tinha apenas o que estava usando, aquela roupa e aquele calçado que havia comprado emergencialmente. A senhora não se importou abraçando a pequena notável providenciaria o que ela precisasse com seus familiares e amigos. Prometeu que nada lhe faltaria, poderiam ser roupas e calçados usados, mas os teria e ficaria protegida. A enfermeira tirou um peso do seu coração e pode ir embora tranquila, sabendo que sua protegida ficaria bem assistida, se despediu da pequena e sempre que possível, viria lhe visitar, não a abandonaria, prometeu. A menina acreditou porque confiava naquela mulher que era um de seus anjos de guarda.

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