Lamentava intimamente por sentimentos tão ruins estarem em seu coração, desejava nutrir sentimentos amorosos, pacíficos, tranquilos, de gratidão, de fé, de alegria, porque eram esses sentimentos que a permitiam sentir felicidade, se era esse o nome da sensação que invadia e aquecia seu coração quando os sentia. Era bom, era reconfortante, era acolhedor. Parecia estar num abraço carinhoso e aconchegante, buscava em sua memória, recordações dos abraços de pessoas carinhosas que cruzaram seu caminho e isso a fortalecia, sentia que em alguns momentos por mais breves que tenham sidos, havia sido amada e querida.
A mãe de Genevieve certo dia no final da tarde sentiu uma terrível dor abdominal e compreendeu que precisava ir ao médico, como dependia do sistema público, seria necessário ir de madrugada para conseguir uma consulta. Avisou a filha antes de ir dormir que precisariam acordar mais cedo na manhã seguinte para ir até o posto, o qual era bem longe de onde moravam. Genevieve assentiu com a cabeça, temia falar qualquer coisa e ser mal interpretada pela mãe, que demonstrava mesmo estar doente. Acordaram e saíram, deixando os meninos dormindo, estava muito frio e a menina tinha poucas roupas de frio, quando a mãe lhe colocou um casaco dela nas costas da filha, que surpresa, agradeceu a gentileza. Seguiram em silêncio até chegar no local onde já havia uma fila imensa, muitas pessoas esperando por agendar uma consulta médica.
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