Naquela época, o sustento na
sua maioria em lugares interioranos, era agricultura, criação de animais e a
lida nas tarefas para manter a alimentação, a limpeza, o funcionamento era de
todos, inclusive da criança de quatro anos que era obrigada a fazer tarefas de
adultos, sem as mínimas condições ou roupas e calçados adequados. A criança
cuidava da senhora deficiente, alimentava galinhas, porcos, vacas, cortava
lenha, puxava a lenha cortada, limpava curral, chiqueiro, galinheiro, também
lavava louças, limpava a cama da pobre senhora que fazia suas necessidades na
cama. E tinha que fazer tudo o que lhe fosse ordenado, caso contrário, não
ganhava comida, se é que podia chamar aquilo de comida.
A alimentação da criança de
quatro anos era nada mais, nada menos que a mesma lavagem que os porcos eram
alimentados, restos de alimentos velhos, colocados juntos num velho panelão e
ali cozidos por pouco tempo, porque a empregada tinha preguiça de acompanhar o
cozimento e só não passou essa tarefa à menina, porque era muito pequena, ainda
não alcançava no fogão a lenha enorme, mas a fazia pôr lenha no fogo, muitas
vezes no início a pobre se queimava até aprender sozinha como fazer sem se
queimar. Quanto à comida, ela nem fazia questão de comer, sempre que comia
sentia enjoos, sentia desconforto no abdômen. Depois de adulta, sempre que via
abobrinha, que era a base da lavagem, sentia embrulho no estômago.
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