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sábado, 15 de maio de 2021

Genevieve 30

Tratou de limpar tudo, antes de jogar as embalagens fora, teve uma idéia, como ainda existia uma das metades do ovo, poderia fechar e deixar no mesmo lugar, quem sabe, talvez, pudessem acreditar que veio assim do mercado. A inocência de uma criança num momento de travessura é algo admirável e incrível. A pequena devoradora de chocolate alheio pegou algumas pedras no pátio e colocou-as nas embalagens dos bombons, os colocou de volta dento da outra metade com muito custo, pois na verdade, queria mesmo era comê-lo, mas precisava ganhar tempo... Arrumou direitinho o presente do José e o guardou exatamente onde estava. Desceu a cadeira, colocou a mesa no lugar e vida que seguia. Vó Ana chegou do trabalho, não percebeu nada de diferente, tudo tranquilo, tudo normal. 

No final de semana, quem apareceu??? O xodó da vovó.  Genevieve estremeceu do alto da cabeça à pontinha dos pés. Seria descoberta, disfarçadamente, cumprimentou o neto que era querido e brincalhão e se mandou brincar na sua casinha, que ficava embaixo da casa de Vó Ana, lá tinha seus brinquedos, alguns inventados como o fogão que era um tijolo com os furos voltados para cima e suas panelinhas, eram as medidas de Leite Ninho. Ali passava boa parte do seu tempo, quando terminava seus afazeres e suas tarefas escolares, podia brincar o quanto quisesse, tinha essa liberdade. Refletindo e rezando em sua casinha sobre a grande bobagem que fizera, sentiu vergonha por sua atitude egoísta até que ouviu o grito de Vó Ana e estava brava, com certeza, estava muito brava. 




sexta-feira, 14 de maio de 2021

Genevieve 29

E assim seguiam os dias, enquanto e pequena controlava seus impulsos e seus desejos pelo precioso em cima do móvel, mas era difícil, a tentação de agarrá-lo era quase que insuportável. Quando ela passava pela frente de onde ele estava bem guardado, sentia como se o ovo olhasse-a com aquele olhar lânguido, chamando e pedindo: pegue-me, abra-me, delicie-se comigo. Venha, venha, venha! Ela ouvia.  Mantinha com muito seu propósito de controlar seus ímpetos, mas num certo dia, vó Ana foi trabalhar mais cedo e Genevieve ficou sozinha em casa, ou melhor, ela e o precioso. Parecia que o ovo falava com ela ainda mais alto, podia ouvir nitidamente sua voz melodiosa a chamando para cometer um desatino total. Tentou se distrair, fez suas tarefas, estudou, foi lá fora, mas estava chovendo, voltou prá dentro de casa, junto dele. 

Apesar do esforço não resistiu, puxou a mesa para frente do armário, com muito esforço, conseguiu colocar uma cadeira sobre a mesa e então, alcançou o bendito ovo de Páscoa do xodó da vovó. Não pensou em mais nada, desceu, sentou no chão e foi abrindo a embalagem daquela maravilha, estava enfeitiçada, apaixonada por aquele ovo cheiroso e apetitoso. Abriu as metades e descobriu uma mina de bombons. Primeiro comeu todinha uma das metades de precioso e depois, todos os bombons. Loucura total, quando terminou e viu aquele monte de papéis vazios, percebeu a insanidade que cometera, estava pega! E agora? O que faria? Bem, teria que esperar o dono do presente aparecer para que sua travessura fosse descoberta. 


quinta-feira, 13 de maio de 2021

Genevieve 28

Deixou isso de lado e tratou de estudar, estudar e estudar. Amava leitura, sempre que podia, passava na biblioteca da escola e emprestava livros, estava constantemente lendo e aperfeiçoando sua escrita e seu vocabulário. Além disso, vá Ana lhe ensinava muitas coisas importantes, como ter respeito, ter educação, saber ouvir e calar na hora certa, bem como saber se expressar de forma clara e objetiva, aprendeu sobre respeito, integridade, decência, aprendeu a rezar, agradecer, ter fé e compreendeu que existe um Deus poderoso que está presente em nossas vidas permanentemente, Esse pensamento fazia com que a criança sentisse tranquilidade e segurança. Vó Ana também ensinou a menina sobre comportamento feminino, que é bem diferente do masculino. Ela adora ouvir a senhora falar, havia muita doçura em sua voz e muita sabedoria nos conhecimentos que ela repassava. Nesse momento Genevieve entendeu o significado de compartilhar.

O tempo passava depressa e logo chegava o período da Páscoa, dessa a menina lembrava por conta dos três grãos de pipoca que ganhara de Dona Paulina. Vó Ana comprou chocolates para todos os netos, para a neta postiça, comprou cestinha com vários chocolates, ovinhos e casquinhas de amendoim e para seu neto José que servia o exército e todos brincava que ele era o xodó da vovó, comprou um ovo gigante, lindo, maravilhoso, esplêndido, apaixonante. Esse ovo especial, foi guardado em cima de um armário até quando José viesse visitar a avo e ganha-lo. Diariamente passava na frente do armário e olhava para o ovo lindo e sua boca aguava de vontade comer, era uma tortura, mas sabia que pertencia a outra pessoa e portanto, precisava respeitar e jamais magoar ou chatear vó Ana, que a tratava muito bem, como de sua família mesmo, sentia-se parte integrante. 



terça-feira, 11 de maio de 2021

Genevieve 27

Mas naquele momento, as meninas malvadas diziam que quem não tinha pai era filha de mulher da vida, portanto, ela era filha de uma mulher assim. Genevieve ficava magoadíssima, pois sua mãe biológica na concepção dela, era uma santa, uma mulher perfeita que teve um motivo justo para não estar perto dela. Um dia tudo seria esclarecido, mas sua mãe era maravilhosa e não admitia que denegrissem sua imagem, até porquê ela não estava ali para se defender dessas ofensas, dessas acusações totalmente descabidas, aquela conversa revoltava a menina que defendia a mulher que lhe dera a vida. 

As ofensas continuaram, bem como, brincadeiras de muito mal gosto, coisas que deixavam a criança confusa, certo dia, contou isso as netas de vó Ana e uma delas na inocência confirmou que a mãe era uma mulher de vida fácil e que não era nem de longe, a santa que ela imaginava. A irmã chamou sua atenção, dizendo que não podia dizer aquilo à menina, mas a outra argumentou que um dia, ela precisaria saber da verdade e essa verdade era bem diferente da ilusão que tinha a respeito daquela mulher que abandonou uma bebê doente num hospital e foi embora com outro homem, tendo outro filho logo. Isso ficou martelando por vários dias na cabecinha de Genevieve, que continuava acreditando na imagem perfeita da mãe. 


segunda-feira, 10 de maio de 2021

Genevieve 26

Aulas recomeçando e a estudante toda prosa com seus materiais e pasta novos, estava radiante e assim que chegou na mesma escola, reencontrou sua amiga querida Adriana, a peste Gilmara mudara de escola, graças a Deus. Porém, logo aparecem outas meninas chatas para perseguir e implicar com ela, ficava se perguntando novamente, por quê isso? Surgiram com umas conversas sobre sua mãe biológica porque viram em seus documentos que só tinha mãe, pai era desconhecido. Também achou isso estranho quando aprendeu a ler e viu essa informação contraditória em seus documentos, como assim não tinha pai, claro que tinha e sua mãe um dia explicaria essa questão. 

Mas naquele momento, as meninas malvadas diziam que quem não tinha pai era filha de mulher da vida, portanto, ela era filha de uma mulher assim. Genevieve ficava magoadíssima, pois sua mãe biológica na concepção dela, era uma santa, uma mulher perfeita que teve um motivo justo para não estar perto dela. Um dia tudo seria esclarecido, mas sua mãe era maravilhosa e não admitia que denegrissem sua imagem, até porquê ela não estava ali para se defender dessas ofensas, dessas acusações totalmente descabidas, aquela conversa revoltava a menina que defendia a mulher que lhe dera a vida. 


domingo, 9 de maio de 2021

Genevieve 25

O momento tão aguardado era a entrega de presentes e Genevieve ganhou vários, praticamente de todos os convidados, ganhou brinquedos, ganhou roupas, ganhou calçados e algo que ela queria demais; uma pasta escolar branca plastificada da Positivo, amou! Era linda sua pasta e dentro tinha alguns materiais que ela queria também, como régua, lápis de cor e canetinhas, presentes maravilhosos. Agradeceu a cada pessoa que lhe presenteou com um longo e caloroso abraço, como se pudesse expressar através desse gesto, a imensa felicidade que sentia pelo carinho que recebia através desses presentes. 

Veio o ano novo, férias e no pátio onde Vó Ana morava, morava também um dos filhos de seu esposo, que era casado e tinha dois meninos pequenos, os quais Genevieve brincava e ajudava cuidar. Assim passaram o verão, se divertindo no pátio, até uma grande piscina plástica fora instalada para a diversão ser ainda melhor, sem contar que era delicioso se refrescar na água geladinha da piscina, os meninos amavam passar o dia ali. Quando a menina terminava suas tarefas em casa, ajudando sua querida vá Ana, se juntava aos meninos para se refrescar e brincar também, afinal, ainda era criança.


sábado, 8 de maio de 2021

Genevieve 24

Aquele primeiro ano escolar passou rápido e quando se deram conta, as aulas acabaram e já era época de Natal, o primeiro que Genevieve ia desfrutar, ganhar presentes, comer guloseimas, ir na missa do galo com avó, porque sempre iam aos domingos pela manhã na igreja mais próxima. Nessa época uma das noras de vó Ana, realiza uma tradição muito especial, na véspera de Natal, reunia doze crianças numa grande mesa, onde servia um delicioso almoço, seguido de sobremesas divinas e depois, distribuía chocolates e brinquedos aos pequenos, chamava de “a mesa dos anjos”. A neta postiça de vó Ana adorava ajudar, achava essa tradição linda e pensava que quando fosse adulta, podia ter um coração generoso como daquela mulher que tinha pouco, mas sabia compartilhar.

Na noite de Natal, toda a família de vó Ana, estava reunida para celebrar essa data tão especial, até o filho mais novo da senhora veio de Brasília, onde servia o exército, para estar com sua família e conhecer a menina adotada pela mãe. Era um jovem agradável, gentil e muito educado. Foi uma noite especial, rezaram, celebraram, jantaram uma ceia deliciosa, com diversos tipos de alimentos preparados com dedicação e carinho e o momento aguardado pela criança que estava vivenciando o Natal pela primeira vez, não tinha lembranças do Natal quando estava com sua mãe Marina e no sítio, nunca nem ouviu falar sobre Natal. Só lembrava que numa época do ano, ela e a senhora paraplégica, ficavam sozinhas, talvez fosse o Natal então. Mas esse Natal na Vó Ana estava sendo mágico. 


quinta-feira, 6 de maio de 2021

Genevieve 23

Na hora do intervalo, a pobre criança que não tinha lanche, ia para uma parte afastada do pátio, onde podia ficar tranquila e sem sentir vontade de comer, mas consegui segurar até chegar em casa e toma café gostoso com vó Ana. Num desses intervalos, a hora do recreio, veio uma menina loura, linda e agradável chamada Adriana que estudava na mesma classe e estendeu um embrulho a colega que o pegou e para sua surpresa, era um lanche delicioso. A menina disse que queria ser sua amiga, gostava dela e a achava inteligente. Genevieve aceitou o lanche com muito gosto e gratidão, percebeu que se tratava de mais um anjinho que Deus colocava no seu caminho e sentiu muita gratidão pela atitude nobre e magnânima da menina que lhe ofereceu sua amizade sincera e verdadeira e porque sempre estava sob a proteção dos anjos. 

Genevieve e Adriana tornaram-se grandes amigas, faziam trabalhos escolares juntas, estudavam para provas juntas e no recreio, claro, estavam juntas, pois Adriana sempre trazia dois lanches iguais, as vezes sanduíches, as vezes frutas, as vezes bolo, enfim, na hora do intervalo, coisas boas as aguardavam, a mãe de Adriana que preparava os lanches carinhosa e apoiava a atitude da filha em ajudar a menina com menos condições. Essa mãe estava educando e preparando a filha para ser uma boa pessoa. Contou a vó Ana sobre a nova amiga que lhe trazia lanches e esta ficou feliz, porque sabia que a pequena sofria de algum modo, ou de fome, ou zombaria. Trabalhava numa escola e sabia o quão cruéis podiam ser algumas crianças. Essa amiga nova de sua pequena muito lhe agradava, era bom ter amigos e compartilhar os conhecimentos, as alegrias, tudo era novidade. Um tempo depois Adriana trouxe algumas roupas e calçados em excelentes condições, algumas peças pareciam novas e foi ótimo, porque o inverno se aproximava e essas roupas seriam muito bem aproveitadas pela menina que se encantava com cada peça que experimentava. 


quarta-feira, 5 de maio de 2021

Genevieve 22

Sentiu paixão imediatamente por essa benção chamada estudo, ficou vislumbrada quando conheceu as letras, os números, aprendeu a escrever seu nome e tudo foi rápido, a capacidade intelectual, a facilidade no aprendizado dela era incrível e em poucos dias, já estava acompanhando a turma tranquilamente. Era frequentemente elogiada pela professora o que acabou despertando ciúmes de algumas meninas que logo começaram a implicar com a nova colega, zombavam de suas roupas, a chamavam de pobretona, de esfomeada por que nunca levava lanche e não levava porque não tinha, vá Ana era pobre e podia oferecer a ela, o básico, o que estava muito bom. Genevieve não entendia a razão pela qual, aquelas meninas implicavam e a perturbavam, ficava triste porque nada fizera a elas, de onde surgia essa antipatia gratuita?

Tinha uma em especial que se chamava Gilmara, era a pior de todas, na verdade era ela que instigava as outras a perseguirem. Certo dia na fila, essa menina insuportável, arrogante e prepotente, iniciou sua rotina de perturbações contra a colega, xingando, ofendendo, humilhando e Genevieve que já estava cansada disso tudo, avançou nela, puxando pelos cabelos e derrubando a chata no chão, grudou nos cabelos e esfregou a cara dela no chão e disse no ouvido da peste: Me deixe em paz garota chata! Nenhum aluno interferiu, tampouco a professora, ao contrário, fizeram um circulo em volta das duas e deixaram a metida aprender a respeitar, mesmo que através de agressividade. Foram prá sala de aula e a Gilmara, nunca mais perturbou ninguém, nem suas comparsas, deixaram os colegas estudarem na paz e no sossego. 


terça-feira, 4 de maio de 2021

Genevieve 21

A menina foi recebida carinhosamente pelos familiares da senhora, apesar de alguns entenderem que a mulher já tinha idade e uma criança poderia dar trabalho e a disposição já não era o seu forte. Respeitaram a decisão da matriarca e ajudaram no que lhes era possível, contribuindo com roupas, calçados, remédios, vitaminas, materiais escolares, esse último item era essencial, pois a menina precisa urgente ser matriculada na escola e foi o que a bondosa senhora fez imediatamente, na semana seguinte, já começaria a frequentar a escola, que alegria! Genevieve ganhou o direito de lhe chamar de Vó Ana, como os outros netos a chamavam e ela amou, sempre sonhou ter uma avó e aquela era perfeita; carinhosa, gentil, amorosa, mas quando necessário, podia ser enérgica e chamar a atenção da criança que precisava de educação. 

Chegou o dia tão esperado por aquela menina que desejava ardentemente estudar, aprender, conhecer. Estava pronta bem antes da hora de ir à escola, esta muito ansiosa e feliz. Vestia roupas simples, chinelinho e seus poucos materiais numa sacolinha plástica, assim, nossa pequena foi levada pela vó Ana até a escola, onde a apresentou a professora, informando que nada sabia, e como a turma já estava um pouco avançada, seria necessária paciência. A professora foi atenciosa com a menina e lhe dedicou atenção nos primeiros dias até que ela se ambientasse e se acostumasse com essa novidade maravilhosa na sua vida. 


segunda-feira, 3 de maio de 2021

Genevieve 20

 

Voltaram prá casa e conversando com alguns parentes, um de seus tios, irmão de sua mãe, disse que talvez sua esposa pudesse ajudar, pois gostava de crianças e já tinha filhos e netos adultos. Ana ficou em dúvida, pois conhecia a senhora e ela já tinha mais de sessenta anos. Mas sabia que se aceitasse, cuidaria da criança com amor e carinho, além da educação que era imprescindível, já estava atrasada para entrar na escola. Imediatamente no outro dia, foram procurar a possível tutora da menina. Lá chegando foram recebidas pela senhora simpática e agradável, que já as esperava com um delicioso lanche. Coincidentemente ela se chamava Ana e a empatia entre ambas, foi instantânea, se encantaram uma pela outra e a senhora disse que sim, cuidaria dela com todo seu carinho, percebeu o quanto aquela criança estava carente de tudo, pediu à enfermeira que fizesse um termo de guarda no órgão específico evitando problemas futuros, tornando-se assim responsável por ela, já que naquela época não existia tanta burocracia para adoção.

A menina já ficou ali e Ana informou que ela tinha apenas o que estava usando, aquela roupa e aquele calçado que havia comprado emergencialmente. A senhora não se importou abraçando a pequena notável providenciaria o que ela precisasse com seus familiares e amigos. Prometeu que nada lhe faltaria, poderiam ser roupas e calçados usados, mas os teria e ficaria protegida. A enfermeira tirou um peso do seu coração e pode ir embora tranquila, sabendo que sua protegida ficaria bem assistida, se despediu da pequena e sempre que possível, viria lhe visitar, não a abandonaria, prometeu. A menina acreditou porque confiava naquela mulher que era um de seus anjos de guarda.

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