Certa vez, a chamaram para
buscar uma chaleira de ferro bem pesada, cheia de água fervendo para matar um
formigueiro, tudo ia bem quando a espuleta resolveu subir num tronco de árvore
que estava caído pelo caminho e logicamente, o tronco rolou e a menina caiu com
aquela chaleira de água fervente lhe escorrendo pelo corpo e obviamente, queimando-a.
Havia por perto uma boa alma que gritou para trazerem correndo, claras de ovo.
Passou nas regiões avermelhadas, onde tinham queimaduras e tão logo, a ardência
foi passando e nenhuma cicatriz ficou no corpinho frágil da menina que aprendeu
mais uma lição, mas também aprendeu um remédio; claras de ovos para
queimaduras.
Nas suas aventuras pelo
sítio, ora trabalhando, ora brincando, arrancou a unha do dedão do pé com a
enxada e também aprendeu a colocar folha de tanchagem sobre o machucado para
cicatrizar. Passando pelos parreirais, foi mexer com uma taturana e esta caiu
sobre seu rosto rolando pelo corpo abaixo, causando queimação e dores
horríveis, dessa vez, aguentou quieta, não tinha ninguém para aplicar nada que
aliviasse aquela ardência. Gostava de comer mel dos favos e como fazia sempre,
final da tarde, foi se alimentar com essa maravilha produzida pelas abençoadas
abelhas e não percebeu que algumas estavam por ali, e quando estava se
deliciando com aquele néctar divino, uma abelha lhe mordeu exatamente na
pálpebra. Na hora sentiu apenas a picada, mas dias depois seu olho esquerdo
fechou completamente, sem condições de enxergar. Ficou com cara de bolacha
dizia a gentil senhora paraplégica.
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